Petra - ou "pedra", em grego - teve seu apogeu com os nabateus, uma tribo árabe nômade que se fixou na região do século 6 a.C. a 106 d.C. Eles prosperaram ao transformar a cidade em um ponto de estratégico das rotas de caravanas que transportavam incenso, mirra e especiarias pelo Oriente Médio. Mestres na engenharia, construíram uma rede de cisternas, represas e canais na cidade, além de edifícios que mesclavam influências dos estilos grego, romano e a própria arquitetura nabateia. Porém, depois do século 19, Petra caiu no esquecimento completo. Tanto que passou a ser chamada de "cidade perdida" e apenas os beduínos locais sabiam sua localização exata. Ela foi "redescoberta" em 1812 pelo explorador suíço Johan Ludwig Burckhardt, que teve que se disfarçar de beduíno para driblar a desconfiança local com os estrangeiros e conseguir chegar a Petra.
São necessários pelo menos dois dias para desbravar com tranquilidade as principais atrações que se distribuem nos 5,2 quilômetros quadrados da cidade antiga. Em parte porque há dezenas de locais históricos imperdíveis, mas também para poupar o corpo: para chegar a muitas tumbas e templos é necessário encarar bons trechos de caminhada e subida. Caso a visita seja feita no verão, o sol abrasante também castiga o corpo. Mas conhecer Petra vale todo o esforço. Já de início se percorre o sinuoso e belo desfiladeiro Siq, com paredes até 200 metros de altura. O caminho de 1,2 quilômetro leva até a grande atração da cidade: Al-Khazneh, ou, simplesmente, o Tesouro. Trata-se de um monumental templo em estilo helênico esculpido em um penhasco de 40 metros de altura. Ambos foram cenário de umas das cenas mais clássicas do filme "Indiana Jones e a Última Cruzada" - informação que você vai cansar de ouvir por lá.
Depois de trilhar o mesmo caminho feito pelo aventureiro americano, entra-se, verdadeiramente, na cidade de Petra. Caminhando - ou sobre o lombo de um burrico, em um riquixá ou até mesmo sobre um dromedário -, percorrem-se as trilhas e ruas que conduzem a teatros, templos, igrejas, avenidas adornadas com colunas de inspiração romana e uma infinidade de tumbas escavadas na rocha. Uma penosa escadaria de mais de 800 degraus leva até a outra estrela da cidade: o Monastério, um impressionante templo de 50 metros de largura por 45 de altura, esculpido em um paredão. Vale fazer o percurso perto do fim da tarde, quando o sol já não castiga tanto e há locais com sombra para um merecido descanso.
O ponto base para todos que desejam visitar Petra é o povoado de Wadi Musa. A cidade se desenvolveu em função do turismo gerado pelo sítio arqueológico, principalmente depois da década de 1990. Ela não chega a ser um primor de organização e beleza, mas cumpre seu papel: tem restaurantes com comida típica, lan houses, bancos para troca de dinheiro, lojinhas de suvenires, além de hotéis para todos os bolsos que garantem uma boa noite de descanso - algo mais que necessário depois passar o dia desbravando o passado.
Fonte: Uol Turismo.
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