Chamada de heli-esqui, esta modalidade de esporte, que também pode ser realizada de snowboard, vem dando o que falar. Proibida na França e na Alemanha, a prática está sendo cada vez mais regulada em outros países europeus, como Itália e Áustria.
Um dos destinos mais procurados por esquiadores, a Suíça também sofre pressão dos ambientalistas para banir o uso de helicópteros para fins turísticos nos alpes. Atualmente, são feitos 15 mil voos diários no país com o intuito de levar esquiadores até picos não alcançáveis por teleféricos ou bondinhos.
Os críticos alegam que os helicópteros afetam a paz e tranquilidade da região por causa do alto barulho. Além disso, a atividade teria um alto impacto ambiental por causa do consumo de gasolina pela aeronave.
Isto não impede que o esporte seja largamente praticado em países como o Canadá, que concentra a maior parte do mercado de heli-esqui, Alasca, Estados Unidos, Chile, entre outros.
Deslizar fora das pistas demarcadas, de neve ainda intocada e fofa (chamada de powder snow), sem ser incomodado pelos esquiadores mais inexperientes, é o que leva os aventureiros a desembolsar um bom dinheiro e embarcar neste desafio.
"Fiquei louco quando fiz heli-esqui pela primeira vez", conta Eduardo Gaz, proprietário da agência de viagens Ski Brasil, sobre sua experiência em Whistler (Canadá), há quinze anos. "Imagina um cara que sempre correu na esteira e finalmente sai para correr no parque: foi essa a sensação que tive."
Desde então, esquiar sem auxílio da aeronave perdeu um pouco da graça. Pelo menos uma vez por ano, ele faz uma viagem dessas. "Às vezes, vamos em um grupo de amigos e ficamos em um lugar que não tem absolutamente nada, nem rua, só a hospedagem", diz Gaz.
A emoção é compartilhada pelo empresário Gustavo Caleff, de 36 anos. Em 2007, ele e três amigos fizeram heli-esqui a 3.800 metros, nas montanhas virgens do Valle Nevado, no Chile. "O sonho de todo o esquiador é ter nível suficiente para fazer uma aventura dessas de helicóptero. E, por mais que você sonhe, a sensação na hora ainda é muito mais incrível", afirma.
Segundo Gustavo, o principal risco do heli-esqui são as avalanches, que podem deixar encalhados alguns aventureiros. Por isso, o esporte deve ser feito sempre acompanhado de um guia.
"É preciso cumprir à risca as ordens do instrutor e deixá-lo ir sempre à frente. Como o grupo é pequeno, todo mundo tem que estar unido para o caso de acontecer um acidente qualquer", explica o empresário. Todas as pessoas da equipe recebem um sensor que emite sinais de rádio para, no caso de avalanche, o esquiador ser encontrado rapidamente.
O esporte não é recomendado para iniciantes. Pede-se um conhecimento de intermediário a avançado, dependendo da estação escolhida, e familiaridade com as técnicas e equipamentos. As altitudes elevadas também exigem um bom condicionamento físico, até para o melhor aproveitamento do passeio.
Para ler a matéria na fonte, clique aqui.
0 comentários:
Postar um comentário