Fortaleza, no Ceará, oferece sol, calor humano, vista para o mar e, de bandeja, vida noturna animada



Faz tempo que Fortaleza firmou-se como um grande polo turístico do Nordeste. A capital do Ceará oferece de bandeja aos visitantes - bandeja decorada com toalhinha de renda - boa parte dos ingredientes indispensáveis para férias divertidas na costa brasileira: sol, calor humano, vista para o mar, rede hoteleira eficiente e um listão de atrações culturais em museus e casas de espetáculos. O ponto alto é a vida noturna, animada de segunda a domingo. O forró toma os palcos e as pistas de megadanceterias, mas também a MPB, o samba, o rock, o pagode e a música eletrônica sacodem o corpo, bronzeado ou não, de moradores e visitantes.

O mapa desenha uma cidade grande, com espigões, hotéis na orla e 2,5 milhões de habitantes. A rotina dos turistas se volta para o mar, para as praias de Iracema, Meireles e Mucuripe, esta pontilhada de jangadas e de todos os tamanhos de embarcações, na ponta direita, próxima do Iate Clube e do Cais do Porto. Diante da avenida Beira-Mar, as praias principais ligam-se por calçadões que são praticamente um parque de diversões: tem mirantes para ver surfistas e jangadeiros, praças com jardins tropicais à sombra de coqueiros, esculturas, quadras de esporte, centros gastronômicos completos e uma feira de artesanato com centenas de expositores. O calçadão também é fonte permanente de brisa, de sorvete e de água de coco, itens de sobrevivência no calor cercado de asfalto e concreto armado de Fortaleza.

Distante cerca de dez quilômetros de Mucuripe, a praia do Futuro parece um mundo à parte, onde os prédios baixos deixam ver o céu por todos os lados. O lugar ganhou fama graças ao conforto high-tech de suas barracas de praia, verdadeiros complexos de lazer pé-na-areia, com piscinas, gazebos, redes, salas de massagem e terapias estéticas, lan house, brinquedos infantis, casas de show e grandes restaurantes. É também dos pontos mais indicados e menos poluídos para, enfim, mergulhar no mar azul da Capital. E ficar boiando, já que a água ali é bem salobra.

De volta à região central, merecem visita, já nas primeiras horas da viagem, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e o Theatro José de Alencar. Ambos homenageiam cearenses ilustres no nome. Chamar de dragão o jangadeiro Francisco José do Nascimento não é exagero: em 1881, sete anos antes da Lei Áurea, ele conseguiu paralisar o tráfico de escravos no litoral e virou herói abolicionista. O centro cultural tem áreas nobres para exposições de artes visuais, o Memorial da Cultura Cearense e o Museu de Arte Contemporânea, e também auditórios e espaços ao ar livre para apresentações de música, teatro, capoeira, malabares etc.

Diante da praça José de Alencar, o Theatro José de Alencar completa 100 anos em 2010. É uma relíquia da arquitetura de ferro que se deixa conhecer por meio de visitas guiadas, durante o dia, e espetáculos diurnos e noturnos. Nome importante do romantismo, Alencar criou Iracema, Ubirajara e tantos outros personagens indígenas que trouxeram um pouco das florestas brasileiras para a literatura do século 19. A casa onde nasceu o escritor também está aberta para visitação, num sítio longe do Centro, em Messejana.

A cultura dos índios, mesclada com as tradições portuguesas dos colonizadores, mostra a sua força em duas marcas valiosas do Ceará, que são o artesanato e a gastronomia. Ambos movem a economia do Estado. A Central de Artesanato (CeArt) elenca dezenas de tipologias artesanais que caracterizam a produção das diferentes regiões . Em Fortaleza, nas feiras, lojas de shoppings, Mercado Central e Centro de Turismo, é possível comprar peças de argila e palha, tecidos bordados a mão ou a máquina, crochê, tecelagem, trançados, pinturas, objetos de couro, cerâmica, madeira e metal, flora regional, rendas de bilro, labirinto, filé e renascença.

Num Estado com 573 km de litoral e todos os tipos de praias, das urbanas às desertas, os peixes e frutos do mar são o carro-chefe da culinária. O Ceará exporta lagostas, cuja exploração em grande escala chega a ameaçar a reprodução do crustáceo. O caranguejo merece até uma data especial da semana para o seu consumo: a quinta-feira , "noite da caranguejada" na Praia do Futuro e em outros pontos da cidade. Os cardápios sempre trazem versões de siri, e entre os peixes mais servidos estão o pargo, o robalo e o badejo. Frutas típicas como caju e ingredientes do sertão como carne-de-sol, cabrito e macaxeira também ajudam a compor as receitas litorâneas, com resultados surpreendentes. Turistas em busca de emoções fortes podem experimentar um tipo exótico de tapioca que mistura carne-de-sol desfiada com farelo de rapadura.

Fortaleza deve seu nome a uma fortaleza mesmo, o Forte Schoonenborch, erguido com engenharia holandesa e rebatizado de Forte de Nossa Senhora da Assunção em 1654, já com os holandeses expulsos pelos portugueses no Brasil Colônia. Localizado no Centro da cidade, próximo da Catedral Metropolitana e do Passeio Público, o monumento está aberto para visitação, ponto de partida para um roteiro histórico.

O Beach Park, no município vizinho de Aquiraz, é um programão de dia inteiro, para crianças e adultos. Na praia de Porto das Dunas, o parque aquático conta com dezenas de toboáguas, rio artificial para percorrer com boias, piscinas com ondas e alguns recantos para apenas relaxar, com espreguiçadeiras, cascatas artificiais, sauna e piscina térmica. Lazer de luxo, que atrai cerca de 3.000 visitantes por dia nos meses de alta temporada, tem preços salgados, nos ingressos e na alimentação em quiosques e restaurante. Mas considere que é um investimento em alegria, aquela do tipo explosiva, que faz sair gritando. Só se vê gente triste por ali quando as filas para os toboáguas ficam longas ou às 17h, quando o parque fecha as portas.

Outros arredores que valem a visita de dia inteiro, de ônibus, carro alugado ou passeio de agências, são Morro Branco, Cumbuco e Canoa Quebrada. Quem dispõe de mais tempo pode espichar a viagem até lugares míticos como a Juazeiro do Norte de padre Cícero ou uma praia famosa onde, todas as tardes, vários sotaques do país e do mundo se encontram no alto da duna para aplaudir o pôr-do-sol. De Fortaleza e de outras cidades do Ceará partem veículos com essa palavra mágica no letreiro: Jericoacoara.

Fonte: Uol Viagens

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